
Viver é a “aptidão de existir”. 
Podemos  dizer que há dois “tipos” de vida, a carnal e a espiritual. A vida  espiritual surge antes no nascimento, obra divina que nenhum humano pode  criar, repetir ou modificar. Somente Deus sabe como e quando criou cada  um dos Espíritos que existem e somente Ele sabe o que é necessário para  que estes espíritos evoluam até a perfeição. Já na vida material,  embora o corpo físico também seja obra de Deus, existe uma contribuição  direta nossa, pois o templo de carne onde residimos durante a encarnação  é gerado pelas vias naturais do sexo e da concepção. 
 Atenhamo-nos, à vida material, ou carnal, se preferirem falar assim. 
Todos os espíritos precisam encarnar  e reencarnar até aperfeiçoarem-se, pois esse é o processo que leva à  completa evolução. Podemos comparar as incontáveis encarnações com os  diversos anos vividos nos bancos escolares, onde cada aluno (ou,  comparativamente, a alma = espírito encarnado) aprende o que aquele ano  letivo (ou encarnação) tem a ensinar. Mesmo os alunos relapsos, os  repetentes, rebeldes, não saem da escola nem da vida carnal, sem  absorver alguma nova experiência, capacidade, conhecimento.
É necessário nascer para evoluir, assim como é necessário estudar para vir a ser Doutor algum dia – essa é a lei. 
Esclarecido isso, como fica a questão do aborto? 
Dissemos que a encarnação é  necessária, pois sem ela não progredimos, não expiamos erros do passado,  não corrigimos enganos gerados por antigas imperfeições morais, não  provamos que evoluímos. Ser impedido de nascer, portanto, é causa de  grande dor ao espírito reencarnante, dor tanto mais cruel por ser  causada através da decisão e ato de alguém que já esteve na condição de  espírito e recebeu dos que o conceberam, a sua própria oportunidade de  nascer.
O aborto, sob a ótica das leis  naturais, divinas, é crime que viola compromissos assumidos entre o  reencarnante e os futuros pais, os quais se ajustam para gerar o corpo  que aquele receberá, de modo que passe por experiências diversas as  quais possibilitam o estreitamento dos laços já existentes de amor, ou,  ainda, que os crie, pois é por meio da convivência que desafetos do  passado aprendem o perdão mútuo e o respeito, até que a confiança e o  amor desabrochem em seus corações. 
Entendemos que muitos tenham  justificativas aparentemente plausíveis para cometer o aborto, mas antes  de tudo devem questionar-se se não é o egoísmo que fundamenta essa  decisão. Quantos abortos são cometidos porque houve imprudência no ato  sexual; porque a condição financeira não é suficiente (será algum dia?);  porque houve desejo, mas não há amor; porque não se deseja modificar o  corpo ou ter a responsabilidade de cuidar de uma criança? 
Segundo a Doutrina Espírita, apenas  em situação de provável perda da vida da mãe, o aborto se justificaria  perante a lei de Deus, pois então seria sacrificado o ser que ainda não  concluiu o processo de encarnação invés de perder uma que está em plena  atividade (vide questões 357 a 360 de O Livro dos Espíritos, de Allan  Kardec). 
Mesmo em caso de violência sexual,  para a qual até alguns espíritas estranhamente apoiam o aborto, esse ato  é completamente questionável. Sabemos da programação preencarnatória,  conhecemos a lei de ação e reação, temos consciência de que não existe  acaso ou azar. Se não houver condições morais de aceitar a maternidade,  seria tão impossível suportar apenas nove meses de uma gestação para  doar aquele ser que anseia apenas o colo e o calor de um amor maternal?  Há mães de braços vazios, esperando seu filho surgir de algum recanto  escondido. 
Abraços repletos de vida!
Vania Mugnato de Vasconcelos
Vania Mugnato de Vasconcelos
Matéria de minha amiga Vania Mugnato
Grata, Vilson, por divulgar este texto. É preciso falar sobre o crime do aborto e a benção da vida! Beijo, paz! Deus lhe pague!
ResponderExcluirObrigado você, Vania, por compartilhar conosco sua inspiração para o texto.Deus te abençoe, menina.
ResponderExcluirBeijo.