segunda-feira, 10 de outubro de 2011

"A Doutrina Espírita e o desafio da Reforma Íntima"


A Doutrina Espírita tem como meta principal a moralização do homem. Sem isso não haverá paz espiritual, conquistada apenas quando a consciência não acusa mais dívidas para com as leis de Deus e para com o próximo.

Muitos chamam a Reforma Íntima de desafio, outros tantos acham que ela acontece de modo natural, progressivo e sem esforço, outros ainda se limitam a dizer que não apreciam nem o nome sugestivo que ela possui. Isso ocorre possivelmente porque não entendem a necessidade do processo de modificação moral, acreditando que tudo que passa pelo empenho transformador é complexo e até beira o impossível.

Recentemente um amigo de outra religião afirmou que a salvação só ocorre pela aceitação de Jesus como Salvador e pelo entendimento  de que a Bíblia é a palavra direta de Deus. Disse também que é impossível que deixemos de ter “pecados” por isso, segundo ele, a salvação ocorre sem que haja transformação, pois necessita apenas de crença. Respeitamos, mas o pensamento espírita difere disso amplamente.

O Espiritismo compreende que a salvação ocorre através da renovação moral, da sublimação dos valores espirituais, da modificação das imperfeições em virtudes. Nesse sentido é a Reforma Íntima um processo passo a passo na direção do sucesso da alma.

Para entender o objetivo da Reforma Íntima basta fazer uma simples comparação de ordem material: um dia alguém olha para sua casa, construída há anos sobre uma sólida estrutura de fundação. Essa estrutura não será jamais perdida, mas pode vir a ser ampliada com um novo alicerce; algumas janelas necessitam ser substituídas por novas e maiores, há uma ou outra parede que  deve ser derrubada para ampliar o ambiente; mesmo os cômodos que estão bem dispostos precisam de uma pintura nova, uma revitalização.

O dono da casa então toma a decisão! Aquele é seu lar, ele ama aquele ambiente, mas já não atende suas necessidades atuais, precisa reformá-lo. O desafio do proprietário, portanto, é saber reconhecer o que é fundação e não pode ser mexido, o que está em ótimo estado, o que precisa ser recuperado, arejado, substituído. Não é preciso destruir os alicerces da casa, é preciso reformá-la.

No campo da moral, ressalvadas as devidas proporções, o esforço e objetivo se assemelha: a alma tem uma fundação, um baldrame imutável, construído na sua história desde sua criação, onde se sustentaram as paredes do conhecimento que foi sendo erguido nas experiências carnais. As imperfeições, defeitos morais que possui, são as paredes a serem arrancadas, as janelas que serão substituídas. Os cômodos que não precisam ser modificados, mas revigorados através de uma pintura, são as virtudes que devem ser sempre cuidadas para não enfraquecerem.

O desafio da Reforma Íntima é um só, a persistência. É preciso persistir em manter a nossa alma em equilíbrio e este somente existe quando há virtude. Precisamos persistir no exercício da moral elevada, na prática de todas as ações que são boas, éticas, morais.

Somos os construtores de nós mesmos. Não é possível transferir para terceiros o
cuidado que devemos ter com a alma. A Reforma Íntima é a mais importante decisão que podemos tomar para alcançar o bem maior que desejamos possuir: a própria existência em clima de paz espiritual.

Jornal À Luz do Espiritismo - Grupo Espírita Nova Era, Semeando Esperança 

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